Cinema
Crítica: Transtorno - Maryland
Por Fabricio Duque
(Direto do Festival de Cannes 2015)
?Transtorno?, do original ?Maryland?, da diretora francesa Alice Winocour (de ?Augustine?, ?Cinco Graças?), é definitivamente um filme de ator, característica definidora por causa da câmera intimista que acompanha as ações e reações de um ex-soldado (interpretado pelo belga Matthias Schoenaerts, de ?Ferrugem e Osso?) que retornou da guerra no Afeganistão e que agora trabalha como segurança e recebe a tarefa de cuidar da esposa (Diane Kruger) e do filho de um rico empresário libanês enquanto este fica fora da cidade. Ele sofre de stress pós-traumático, que é apresentado logo na primeira cena, com música tecno, a ansiedade, alucinação, insônia, oscilando entre a agressividade e o estado tranquilo ?provocado" pelo remédio. O trabalho ?estimula" o tédio e o sentimento de perseguição, possivelmente fantasiosa, do perigo real e imediato. A narrativa utiliza-se das câmeras de segurança, reverberando um grandiloquente ?Big Brother?, inserindo também epifanias à moda ?Drive?, de Nicolas Winding Refn e ou direcionamentos a la ?Invasão de Privacidade?, de Phillip Noyce. Porém, quando alguns gatilhos comuns técnicos, como a câmera lenta e a obviedade do roteiro, o longa-metragem começa a se ?degringolar?. É neste momento que o diretor tem que escolher muito bem a ?cobaia" que irá personificar em imagens as ideias argumentativas da trama. Matthias cumpre competentemente seu papel, apesar das fragilidades palatáveis e ?preguiçosas? das reviravoltas (a tentação, traição, e ?traz os cães e a desordem?). O diretor não quer que nada escape. Nem a inversão de valores, tampouco a imagem lenta do desejo ativado. ?Transtorno" busca a cumplicidade de quem assiste, fundamentando razões maniqueístas e rápidas reviravoltas das próprias reviravoltas, que se fosse no mundo matemático, a soma apresentaria um resultado negativo. Concluindo, digamos que não é ruim, e sim um nível fácil de um jogo de quebra-cabeças.
loading...
-
Crítica: Jonas
Por Fabricio Duque ?Jonas" é a estreia na direção de Lô Politi e busca integrar a estética naturalista-realista do novíssimo cinema nacional (exemplos à ?Ausência" e ?Som Ao Redor?). Contudo, a narrativa empregada consolidou o tom novelesco, já...
-
Festival Do Rio 2015: O Que Não Perder... Passaporte Top 10 Filmes [lista Prévia Com Críticas]
Rio de Janeiro, 27/09/2015 Por Fabricio Duque Ok, são muitos filmes... Ok, muitas opções "às cegas"... Ok, sabemos disso. Para tentar minimizar este problema, sem pretensão nenhuma, e sim apenas como uma forma de listar, subjetivamente, os TOP DEZ...
-
Crítica: La Loi Du Marché
Por Fabricio DuqueDireto do Festival de Cannes 2015 "La Loi Du Marché", ou "The Measure of a Man", de Stepháne Brizé (de "Mademoiselle Chambon"), integra o gênero Big Brother com o gênero de Ator, pois retrata a existência de um personagem, seu...
-
Crítica: Tom Na Fazenda
Por Fabricio Duque ?Tom Na Fazenda?, quarto longa-metragem do diretor prodígio canadense Xavier Dolan (de ?Eu Matei Minha Mãe?, ?Amores Imaginários? e ?Laurence Anyways?), exibido na Festival de Cinema de Veneza 2013 e ainda inédito nos cinemas brasileiros,...
-
Crítica: Um Time Show De Bola 3d
Por Fabricio Duque O diretor argentino Juan José Campanella (de "O Filho da Noiva", "O Mesmo Amor, A Mesma Chuva") aventura-se pelo gênero da animação. E já na estreia mostra sua característica autoral logo no início do filme, quando referencia...
Cinema