Crítica: Um Time Show de Bola 3D
Cinema

Crítica: Um Time Show de Bola 3D


Por Fabricio Duque

O diretor argentino Juan José Campanella (de "O Filho da Noiva", "O Mesmo Amor, A Mesma Chuva") aventura-se pelo gênero da animação. E já na estreia mostra sua característica autoral logo no início do filme, quando referencia a "2001 - Uma Odisseia no Espaço", de Stanley Kubrick em versão futibolista, usando a pedra como material bruto do querer esportivo. Assim como seus filmes anteriores, a narrativa surpreende ao inserir sonho, projeção do desejo e realidade (que se explica ao desenvolver a trama). Em seu último filme "O Segredo dos Seus Olhos" já tendia a este universo, principalmente ao usar a câmera que adentrava a torcida no estádio. O pai, que vivencia o jogo mais que a presença do filho, relembra algo e manipula erroneamente (de forma inteligente) o espectador. Assim, uma histórias realista é contada. A humanização dos jogadores de Toto que ganham vida (um Toy Story genuinamente argentino) e o conflito (o BadBoy, a música de faroeste, o bullying, o fracasso - revidando-se pelo talento). Quem assiste, vivencia sinestesicamente o sentimento transpassado e ou sofrido pelo personagem, como as animações da Dreamworks e da Pixar.  O 3D "viaja" nos lances, introduzindo quem assiste à emoção do momento. O vilão aparece. A câmera continua deslizando. O tempo passa e a vingança está iminente. O roteiro utiliza-se do elemento intrínseco do cinema da Argentina: humor irônico e agressivo; sentimento vitimado de firula; tagarelice nos diálogos; picardias nos relacionamentos sociais e amizades dúbias (com insinuações - exemplo do "emo" de cabelo roxo). A animação conjuga o sujo (rato como cavalo, jogadores de madeira descascada, dentaduras, dentes pobres) com a ironia referencial a uma obra de arte e o balé clássico com a escatologia imperfeita típica de uma partida de futebol real. Talvez tenha elementos demais para digerir (como os monstros do laboratório) e reviravoltas que se resolvem com rapidez e praticidade. Há referências a vários filmes, como "Apocalypse Now". É um filme que nasce sem definições. Não se sabe se é infantil ou adulto. Mas tanto faz. Uma boa estreia do conceituado diretor da terra de Maradona. 




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