Crítica: Um Tira Acima da Lei (Rampart)
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Crítica: Um Tira Acima da Lei (Rampart)


A produção "Um Tira Cima da Lei" marca a segunda parceria entre o diretor Oren Moverman e o ator Woody Harrelson. A dupla alguns anos atrás foi responsável pela boa produção "O Mensageiro" e desta vez consegue manter a qualidade ao entregar um longa que apresenta os bastidores do mundo policial, em Los Angeles, no fim dos anos 90. Alguns até apontavam uma indicação, ao Oscar 2012, para Harrelson, que entrega aqui uma das suas melhores interpretações e sobe ainda mais para o patamar dos grandes atores que Hollywood pode nos apresentar.

O filme foca no personagem Dave Brown um policial explosivo, que acredita na possibilidade de fazer justiça com as próprias mãos e que deve combater o crime do jeito mais agressivo e peculiar. Esse seu jeito único de agir lhe rendeu a acusação pública de brutalidade, após espancar um cidadão que tinha colidido com seu carro no trânsito. O que ele não esperava era uma câmera filmando toda sua ação e um conjunto de situações que trouxesse o seu passado á tona. Com isso Dave vira a personificação de tudo que há de errado nos bastidores do mundo policial e ainda precisa enfrentar dificuldades de relacionamento com as filhas e suas ex-esposas, que são irmãs por sinal.

Lendo a sinopse acima parece que estamos diante de um justiceiro não compreendido, porém Dave não é de fato um, pois é racista, corrupto alcoólatra e egocêntrico. Não há de fato como parar para torcer pelo personagem, que apesar de ter razões em alguns momentos é em sua grande essência uma pessoa errada. Talvez a sua única virtude seja a de defender a classe feminina a todos custo, apesar não apresentar grandes preocupações com elas no sentido de relacionamentos. O objetivo é pular de casa em casa e de cama em cama para nunca dormir sozinho à noite. A construção do personagem é muito bem feita e norteia sua forma de agir, pensar e conduzir atitudes diante de adversidades.

No quesito de atuações temos o já mencionado Woody que é incrível no papel e simplesmente o dono da produção. Por mais que sejam inegáveis a demais qualidades da produção é a sua atuação que faz a coisa fluir e tomar grandes proporções. Além disso, o elenco de apoio é realmente magnífico com Ben Foster,  Sigourney Weaver , Steve Buscemi, Ice Cube e outros. Juntos eles tomam as rédeas e assustam com tanta competência. Cada um encontra seu espaço para brilhar, principalmente Buscemi, que só aparece por mais ou menos cinco minutos e é responsável por uma das melhores cenas do longa.

A direção nos da a sensação de estarmos acompanhando um documentário real do dia a dia de um policial. É com bastante competência que ela se estabelece ao longo dos mais de 90 minutos em cena. O improviso toma conta da produção e enriquece bastante. A fotografia é outro ponto forte, como por exemplo a tonalidade vermelha que uma das cenas toma para simular um momento de "insanidade" e "relapso" do personagem quando ao momento em que vive sua vida. Durante o dia a claridade toma conta da produção intensamente o que releva o poder do sol e o quando este "queima" a cabeça do personagem principal. 

Resumindo Rampart não chega a ser excelente, mas é uma produção acima da média e muito boa para aqueles que buscam sair da rotina. Ver um personagem conturbado como esse é no mínimo interessante e o longa em si compensa e motiva. Há algumas poucas inovações para o que já vimos no gênero, mas mesmo assim é uma produção que indico a todos.


Trailer do Filme:







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