Crítica Tão Forte e Tão Perto
Cinema

Crítica Tão Forte e Tão Perto


A Última Cruzada

Tão Forte e Tão Perto // Extremely Loud and Incredibly Close


Nota: 8,0


Bom, o trailer me fisgou. Não tenho como negar isso. Belas imagens, um conflito aparentemente interessante transparecendo, elenco competente, Where the Streets Have No Name do U2 tocando. Tudo parecia lindo. Além disso, é do Stephen Daldry, diretor de Billy Elliot, As Horas e O Leitor, sem sombra de dúvidas três dos melhores filmes produzidos na década passada. Tudo contando a favor. Mas aí o filme estreou e veio o bombardeio. Da crítica. De público, sinceramente, não tenho idéia. Não conheço ninguém que viu, e o filme não anda muito bem de bilheteria também. Então já fui ver o filme com dois pés atrás. E na verdade isso só ajudou, pois se a expectativa continuasse como estava antes, certamente eu teria gostado menos dele.

Enfim, a história é sobre Oskar, um menino extremamente inteligente e intelectualizado, que não se dá bem com outras crianças. O típico menino metido a adulto e que normalmente é insuportável. E, além disso, ele tem uns tiques bem típicos de pessoas com distúrbios psicológicos como síndrome Asperger, TOC e similares, que eu não tenho conhecimento aprofundado para diagnosticar. Um Sheldon (do seriado The Big Bang Theory) mirim, colocando em uma perspectiva.

Ele é muito ligado ao pai, Tom Hanks em breve aparições, com quem disputa diversos jogos, tipo caça ao tesouro, e tem uma relação de certa forma distante com a mãe, feita pela Sandra Bullock. Então chega 11 de setembro, e seu pai estava nas torres gêmeas a negócios. Desde então seu mundo, naturalmente, rui. Mexendo nas coisas do pai ele encontra uma chave e acredita ser mais uma de suas caça ao tesouro, e parte por Nova York em busca de uma última hipotética mensagem que seu pai o deixou, com a ajuda do inquilino da sua avó, que curiosamente não fala, feito pelo grande Max von Sydow.

O filme tem takes lindos, como a revoada de pássaros antes do menino visitar mais uma casa na sua busca incessante, uma fotografia muito bonita. Mas o roteiro do Eric Roth, que fez Benjamin Button e Forrest Gump, se supera no quesito pieguice. Até mais do que os seus outros dois filmes mais famosos, tanto que eu, que tenho alma kitsch por natureza, não consegui abstrair. Parecia filme do Spielberg, pra ser sincero.

Mas por outro lado, devemos levar em consideração que o filme é carregado a partir do ponto de vista de um menino de 12 ou 13 anos, que acabou de perder o pai, e cheio de tiques, ainda mais. E todos nós lembramos como é ser criança: transformar tudo em fim do mundo. Imagine então depois de perder a pessoa mais importante na sua vida. Então de certa forma, a questão do tom da narrativa se levar tão a sério, numa espécie de mega-dramalhão, poderia ser justificada tranquilamente.

Mas por outro lado nada justificativa o terço final, com uma resolução, que nada tem a ver com o tom da narrativa, tão forçada. Uma coincidência elaborada demais e fantasiosa. Aí sim eu concordo que Eric Roth (ou o escritor do livro) errou na mão. Parece querer manipular o seu público a se emocionar a qualquer custo. Comigo eu posso dizer que não funcionou, mas a sala de cinema inteira onde eu fui estava se debulhando em lágrimas.

Muitos críticos reclamam que o filme não merecia a indicação ao Oscar de melhor filme, mas eu não sei. Sendo sincero, já vi muita coisa pior ser indicada. E ganhar. Tão aí Avatar e Crash que não me deixam mentir. E dentre a lista dos nove indicados, nem de longe ele é o pior. Mas que havia outros filmes superiores que nem na lista entraram, isso é inegável. Aí então entra o peso dos nomes envolvidos no projeto, aliados a uma campanha de marketing eficiente para que a indicação aconteça.



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