Cinema
Diretora: Naomi Kawase [Debate CCBB RJ]
A diretora
Naomi Kawase nasceu no30 de Maio de 1969, em Nara, Japão. Ela vem direto do Festival de Cannes a fim e apresentar seu novo filme ?Hanezu?. Naomi conversou com jornalistas e grande público na sala de cinema do Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro. O encontro, numa sexta-feira, dia 27 de maio de 2011, debateu sobre características de seu cinema. Ela usa branco, um casaco botoado pelas costas. É magra e humilde em suas palavras. Bebe água todo instante. Sentada reta, distribui elegância. A diretora transmite que é segura de si, reservada, ouve e diz apenas o necessário. É simpática e um pouco tímida. Ela sente frio. Pede que o ar-condicionado da sala de cinema seja diminuído ou desligado.
Sobre o título ?Hanezu??"Os títulos que uso em meus filmes são diferentes até mesmo para os japoneses. ?Hanezu? surgiu de uma ideia que tive quando li ?Manyoshu?, uma literatura de poemas. O ideograma significa cor vermelha, porque esta coloração perde-se claramente e muda-se facilmente. É uma palavra que inicia uma outra ideia. Vermelho é a primeira cor que o ser humano tem consciência desde o útero"
Sobre a humanidade??A história da humanidade é a busca pelo poder. A vida do homem é uma repetição disso. Por exemplo, parir um bebê é estar mais próximo a natureza. Quando o homem só pensa, ele traz doença ao seu corpo, até a infertilidade. Quando retrato o corpo humano busco o mistério presente"
Sobre o roteiro?"Eu identifico o que que quero fazer. Faço um mapa com a minha equipe e defino o ponto final da história"
Sobre a chuva em seus filmes??A chuva para mim traz a modificação. Por sinal, hoje está chovendo?
Sobre a natureza??Fui criada como se Deus existisse em cada coisa. Na natureza, na montanha. É a minha crença. Mas no terremoto (último de março), a natureza também pode ser assustadora?
Quanto a escolha das cenas, como é a sua forma de trabalho??Quando eu penso em uma coisa, eu só filmo uma coisa. Eu não guardo imagem para outro momento, outra história. Quando estou filmando, sou artista. Quando edito o filme, coloco-me no lugar do público. Só deixo o essencial (fundamental) do que quero transmitir. É dessa forma que trabalho?
Plateia...?Ela se desnuda, se mostra para a gente?, diz-se sobre a diretora. Nesse momento, alguém empresta um lenço a Naomi por causa do frio.
Sobre seus documentários??É um laço de confiança para com o entrevistado. Assim, o resultado não fica tão ruim (risos)?
Sobre a relação com a tia avó??Por ter a camera, eu pude ter uma conversa mais intima e mais profunda com a minha tia avó. Se não tivesse a camera, não poderia ter garimpado essa relação?
Sobre a arte de filmar??O agora nunca mais volta. Quando tinha 18 anos, usei uma super 8 para filmar uma tulipa, apenas pela sua beleza. No momento em que estava filmando era bonito, mas no outro dia o mesmo momento poderia não ser tão especial. Era apenas uma imagem de uma tulipa. Eu tenho impressões sobre as coisas. É como um efeito sinérgico. Com cada obra, eu cresço mais, aprendo mais. Há coisas mais importantes do que a palavra. Tento traduzir o que vai no coração. É um momento passado, que não retorna. Há nostalgia, saudade. Uso as cores das imagens em harmonia com o que está na memória. Assim, o cinema pode trazer a riqueza interna do ser humano. Eu coloco amor nas coisas?
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