Duas coisas que andam chamando a atenção hoje em dia: gente que gosta de beber sangue humano e Megan Fox. Não demorou muito tempo para juntarem as duas em um só lugar e chega agora aos cinemas brasileiros Garota Infernal.
O filme, roteirizado pela alardeada Diablo Cody, conta a história de uma adolescente revoltada que comeu o pão que o diabo amassou (péssimo trocadilho) depois que sua melhor amiga se interessou pelo vocalista de uma bandinha de fundo de quintal e, depois de um incêndio, começou a se alimentar de garotos.
Na verdade, o que vemos na tela é mais uma das muitas maneiras de explicitar a juventude escolar e a fúria hormonal dos adolescentes. Ou seja, uma espécie de versão feminina de Deadgirl, excelente filme de zumbis estadunidense.
Enquanto Needy é tímida, insegura e apagadinha, Jennifer é escultural, fria e está sempre se achando. A amizade das duas, começada na primeira infância, está em crise e em um ponto confuso, que parece não ter muito futuro.
Embora tenha todos os elementos para ser um bom filme de terror e momentos bem interessantes, o longa esbarra na falta de consistência do roteiro e na má escolha de uma montagem não linear com algumas idas e vindas e no uso excessivo de narração em off. Em outras palavras, pode-se dizer que o filme peca pelo excesso. Enquanto o exemplar masculino Deadgirl é enxuto e direto, Garota Infernal opta por reviravoltas que só atrapalham.
Depois da fama com Juno, Cody mantém os diálogos rápidos e a ironia, mas perde a mão na solução dos conflitos e na criação de seus personagens. As limitações de Jennifer tem um ar de forçadas, exatamente como o final de Needy.
Megan Fox é mesmo o que todos dizem. Uma mulher linda, maravilhosa e estonteante, mas que fica devendo muito (como era de se imaginar) na atuação. Ainda assim, a maioria das cenas com ela vai deixar muita gente com água na boca e este deve ter sido o pensamento dos produtores. Atuar bem pra quê então. Por outro lado, Amanda Seyfried está muito bem como a bobinha quase apaixonada, quase de saco cheio Needy, assim como boa parte do elenco de apoio.
A trilha sonora segue o padrão dos filmes adolescentes e traz músicas de bandas do momento como Panic! at the Disco, Florence + The Machine e Dashboard Confessional, além de uma divertida versão de I Can See Cleary Now, interpretada por Screeching Wasel.
Sob a supervisão de Erik Nordby, os efeitos especiais acertam. A maquiagem de Greg Nicotero e Mike Fields também é convincente na criação da monstrinha adolescente.
Divertido, esse terror sensual cumpre bem o seu papel de entreter e promete agradar muita gente, principalmente quem gosta de ver Fox em ação. Talvez decepcione quem gosta mesmo de um bom terror, os fãs de Cody e quem já não agüenta mais a mesma história adolescente, ainda que ela venha espirrada de sangue.
Para ver quando não se quer pensar em mais nada.
Um Grande Momento
Difícil...
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