Estrada Para a Perdição
Steven “abandonou” o projeto, mas Kathleen o produziu. O Richard também dirige, além de escrever, e tem no currículo filmes que eu gosto como O Pescador de Ilusões e O Encantador de Cavalos, além de outros como PS Eu te Amo, Bem Amada e O Espelho Tem Duas Faces. Com a saída do Spielberg, quem assumiu a produção e a direção foi o Clint Eastwood, pessoa cujo trabalho eu amo ardentemente... Ele ainda estrelou o filme, junto com a Meryl Streep, o que já é um excelente motivo pra vê-lo.
Bom, a história é sobre dois irmãos que se deparam com um estranho pedido da falecida mãe, Francesa, uma imigrante italiana casada com um americano e vivia uma vida pacata (entediante, monótona) no interior do Iowa. Eles lêem relatos deixados por ela explicando seus motivos. Quando o marido e os filhos viajam para uma feira de pecuária, ela fica sozinha por uns dias em casa. E eis que um homem bate em sua porta, e ela abriu. ♪ ♫ ♪ Senhoras e senhores, ponham a mão... (Perdão!) Enfim, era Robert Kincaid, um fotógrafo da National Geographic fazendo documentação fotográfica das famosas pontes da região, ele estava perdido e precisava de orientação. E durante 4 dias ela acaba se envolvendo com ele, o que a faz repensar sua vida, suas escolhas e o seu destino.
De vez em quando a gente morde a língua, mas faz parte. Como eu sempre arrumo desculpa pra gostar de alguma coisa do Clint, aqui não foi exceção. Ele meio que caiu de pára-quedas na produção, né? Um bom livro adaptado por um bom roteirista, com a co-produção de uma renomada produtora, e no elenco uma das maiores atrizes de Hollywood, e talvez a maior (e melhor) da atualidade. A história é linda, e seria muito fácil de cair no clichê, no moralismo (que americano puritano adora...), mas ele vai pelo lado oposto, o que sempre me atrai. Meryl está perfeita até ralando uma cenoura, o que a deu uma de suas 15 indicações ao Oscar até hoje. Na época ela perdeu pra Susan Sarandon em Os Últimos Passos de Um Homem. Eu adoro a Susan, mas pra mim esse não foi o seu melhor trabalho, mas o Oscar tem muito disso.
Já o Clint como ator é bem limitado. Ele tem uma cara só em todos os seus filmes, em qualquer circunstância. Até que nesse filme não compromete, porque o papel dele não tem muitas nuances. Os filmes dele, na sua grande maioria (o que não inclui esse), são bem moralistas e disseminadores de preconceitos e intolerância, mas ele sabe como fazer suas histórias envolventes (o que acaba conquistando público, vide Gran Torino e Menina de Ouro) e tocantes, apesar dos 5623456328974618 clichês. Ele como diretor conduz muito bem seus filmes, sem que fiquem monótonos ou enfadonhos, e ele tem uma sensibilidade boa em como fazer cenas emotivas ficarem plasticamente bonitas. A cena da chuva bem perto do final é sem dúvidas uma das mais lindas cenas de filme de romance que eu já vi no cinema Hollywoodiano.