Esse definitivamente não é meu gênero de filme, nem quando eu era criança eu tinha paciência pra ver
A História Sem Fim, mas desde que comecei a escrever aqui tenho procurado conferir um pouco de tudo, pra ter uma opinião pra dar. Lógico que ver um filme que nos seus primeiros 15 minutos a gente tem que ler a legenda “Varinhas a postos!” não pode ser levado a sério. Piada pronta, né? Debatemos por um tempo como reformular essa frase sem criar ambigüidade, mas não conseguimos. “Peguem suas varinhas”, “varinhas ao alto!”, “mão na varinha”... Não tem uma que se salve.
Eu tenho que falar do filme... Mas eu não entendi bulhufas. Esse já é o enésimo filme da saga do bruxo mirim com sua coruja de estimação (e nem por isso o Daniel Radcliffe ficou melhor ator), e eu só o vi o primeiro, quando saiu no cinema, e isso deve fazer no mínimo uns 6 ou 7 anos. Nem do filme anterior eu lembro nada. Só lembro que os pivetes colocavam um chapéu que gritava o nome da escola que eles iam ficar. Eu sempre quis colocar na minha pra ele gritar: Sonserinaaaaaa!!!! AHAHAHAHAHA. Mas tem o teste na web pra fazer, e na verdade deu Lufa-Lufa (não, não é bufa-bufa...). Quem quiser fazer o teste (em inglês) é só clicar aqui.
Essa parte aí eu sei explicar. São 4 casas comunais (escolas de bruxos), e cada pessoa é selecionada para alguma delas dependendo da sua personalidade. O chapéu de bruxo falante que capta isso. Grifinória (Griffindor) é pros bravos, Corvinal (Ravenclaw) para os inteligentes, Lufa-Lufa (Hufflepuff) para os bonzinhos (os pamonhas, burros, eu sei...) e Sonserina (Slytherin) é para os ambiciosos (leia-se malvados). Quem diabos fez a tradução dos nomes dessas escolas? Cada coisa nada a ver...
Dos filmes do gênero, esse é o meu preferido, porque ele é leve, e tem senso de humor. Tem umas piadas engraçadinhas. Pelo menos o primeiro tinha, pelo que eu me lembre. Mas dessa vez o filme ficou bem parecido com
O Senhor dos Anéis. Longo, interminável, arrastado e dramático demais. Eu adoro dramas, isso é fato, mas um drama onde o grande conflito envolve uma poção mágica e uma loja de varinhas de condão incendiada, além de um velório de uma aranha gigante, não consegue me envolver. Não tem como levar a sério. Tanto quanto entender o por quê de um anel tão sem atrativos (não tem uma pedra, um diamante, nada!) render 3 filmes que somam 10 horas de melodrama.
O legal do filme é que o elenco é cheio de grandes estrelas britânicas, que evidentemente, o público alvo do filme não tem idéia de quem sejam, mas eu explico. Primeiro tem o Ian McKellen (será que é ele?), que faz o Dumbledore, um dos grandes atores vivos do teatro inglês. Em 1999 ele perdeu o Oscar de melhor ator pro Roberto Benigni, e não existe castigo maior do que esse. Isso também me lembra que eu ainda tenho que escrever sobre os absurdos do Oscar. Tem também a Maggie Smith, que eu amo como a madre superiora de
Mudança de Hábito. Essa já tem dois Oscar na lareira. Ela faz uma das bruxas professoras. Não sei o nome dela no filme, mas tem uma foto dela mais acima.
Tem também o Jim Broadbent que surge disfarçado de poltrona (lembram da parte de que não dá pra levar a sério?). O Jim ganhou o Oscar de coadjuvante em 2002 por
Íris, inclusive concorrendo com o Ian. E tem a Helena Bonham Carter, que se assumiu de vez como a bruxa-mór de Hollywood depois que casou com o Tim Burton e fez todos os filmes sombrios dele. E cá entre nós, ela é a melhor coisa do filme. Ela e duas bruxinhas mirins, uma psicótica obcecada pelo ruivinho, e uma outra que coloca um vestido medonho pra ir num bailinho com o Harry. As risadas todas vêm delas. A Helena também já foi indicada a um Oscar por
Asas do Amor, mas já faz mais de 10 anos, quando ela era “normal” e namorava o entojo do Kenneth Branagh. Perdeu pra Helen Hunt.
Não prometo, mas vou tentar ver os outros filmes da saga pra ver se alguma coisa nisso tudo faz sentido. Se eu vê-los, prometo tentar não dormir. Eu consegui não dormir nesse, mesmo a sessão tendo iniciado quase meia noite e ter que aturar todos aqueles diálogos surreais e o conversado de besteira. Em
o Senhor dos Anéis eu não consegui controlar a narcolepsia. Mas lá também não existe uma piadinha pra descontrair. E eu até consegui rever
Cavaleiros do Zodíaco com aqueles diálogos primorosos recheados com pérolas do tipo “Nunca senti um cosmo tão poderoso!”, “tenho que defender a honra de Atena” ou “me dê sua força Pegásus”. Perto disso, “varinhas a postos” fica até poético...
UPDATE: Um corajoso comentarista anônimo notou que eu troquei os bruxos! Michael Gambom por Ian McKellen. Quem nunca se enganou que me jogue o primeiro feitiço. Na verdade o Ian fez
o Senhor dos Anéis e o Michael é quem interpreta o Dumbledore. Vou manter o texto com as curiosidades sobre o Ian porque ficou muito mais interessante, e de quebra ainda deu pra falar mal do Benigni.
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