Seção CINEMA
Cinema

Seção CINEMA


Queime antes que você leia!
Queime Depois de Ler // Burn After Reading

Nota: 8,5

Depois do “meia-bomba pseudo obra prima vencedor do Oscar” Onde Os Fracos não tem Vez, os irmãos Cohen voltam a fazer um filme de humor negro no seu velho estilo. E sendo honesto, é uma produção muito melhor que o sucesso anterior. O tema não me é dos mais agradáveis (EUA x URSS), mas o filme não se foca nisso. Na verdade é sobre um analista do Pentágono (John Malkovich) que é desligado por problemas com bebidas e resolve fazer um livro memórias contendo várias informações supostamente confidenciais. Ele esquece o CD com seus rascunhos na academia e acaba nas mãos do funcionário abilolado (Brad Pitt) e da solteirona desesperada para fazer cirurgias plásticas (Frances McDormand), que resolvem tentar tirar uma grana em cima disso.

Partindo disso aí, uma comédia de erros se segue bem ao estilo Fargo (esse ainda é superior). Ainda temos no elenco a dupla de Conduta de Risco Tilda Swinton e George Clooney. Tilda faz a única aparentemente sensata do quinteto principal, e é a menos engraçada, mas ela tem que existir para o filme não virar uma fantasia. Brad Pitt fica perfeito fazendo papel de babaca. Ele é bom comediante. Deveria ter investido mais no gênero. George Clooney também diverte com sua mania de perseguição. Malkovich competente na sua grosseria eterna.


Possivelmente esse será um dos filmes considerados nas premiações, mas duvido muito que tenha tanta atenção e sucesso quanto “Fracos”. Pelo menos indicação de roteiro e talvez coadjuvantes (Clooney, McDormand ou Pitt) ele deve receber.





Comandos em Ação: Missão Oriente Médio
Rede de Mentiras // Body of Lies

Nota: 6,0

Ridley Scott é considerado um dos mais importantes diretores contemporâneos. Eu sempre vejo os filmes dele, mas falando francamente, os únicos que eu gosto de fato são Blade Runner e Thelma e Louise. O tão aclamado Gladiador eu acho previsível do primeiro ao último segundo, Hannibal é só mediano e nunca vi nenhum dos Aliens... Cruzada, O Gângster, Falcão Negro em Perigo e Até o Limite da Honra, pode juntar num balaio e jogar no mato...

Dessa vez o tema é aquele batido da conflito Oriente Médio x EUA. Leonardo DiCaprio de cabelo pintado e lente de contato faz o agente da CIA que brinca de polícia e ladrão lá por aquelas bandas e se comunica com seu chefe Russel Crowe, também de cabelo pintado, com um walkie-talkie modernoso. Leozinho, se achando a bala que matou Getúlio, sem o conhecimento e consentimento do seu aliado da Jordânia, arma um plano para resolver a sua missão antiterrorismo, a tal rede de mentiras do título, e como mentira tem perna curta, o resultado não é dos mais satisfatórios.


Como eu detesto essa temática, já que eu não simpatizo com nenhum dos lados, o filme ia cada vez mais me dando sono e fugindo a atenção. E é o tipo de filme que se você não ficar 100% atento acaba perdendo o fio da meada. Talvez eu tenha perdido, não sei... E o filme me lembrou muito Syriana, que é pior ainda, muito mais enrolado e confuso, e então as associações também não foram das mais interessantes.




Quem tem medo do bicho-papão?
REC

Nota: 6,0

O filme foi bem recebido em festivais de cinema europeus, e é um terror feito na Espanha, o que me chamou atenção, já que as produções européias costumam ser mais inusitadas. Fui ver e nem li muito a respeito. Só a sinopse básica. O filme trata de uma equipe de TV que vai acompanhar um dia de trabalho do Corpo de Bombeiros. Durante a madrugada eles atendem num chamado de um prédio onde coisas estranhas estão acontecendo e tudo foge do controle.


Eu tinha outras expectativas para o filme. Na verdade é um tema pra lá de batido. Mais uma versão da Noite dos Mortos Vivos, Madrugada dos Mortos, Extermínio, Resident Evil, ou coisa que o valha. O único diferencial desse, é que eles são trancados em um único local. Mas Resident Evil 1 também é mais ou menos assim, então não é tão diferente assim. Ainda tem a câmera trêmula (que falha de vez em sempre) igualzinha a da Bruxa de Blair. Não que o filme seja ruim, eu adoro filmes apocalípticos, e pelo menos dessa vez o fim do mundo não começa pelos EUA, mas pelas propagandas que vi, não esperava que ele fosse tão mais do mesmo, uma imitação de Hollywood.



Woody Almodóvar?
Vicky Cristina Barcelona

Nota: 8,0

Com um título desse só podia partir do Woody Allen. Ele já teve momentos mais inspirados, como A Rosa Púrpura do Cairo, Poderosa Afrodite, O Escorpião de Jade, Tiros na Broadway e Match Point. Títulos bem mais convidativos. Mas o filme é bem melhor que o título. Isso eu garanto! E normalmente um Woody Allen médio é superior a 90% dos caça-níqueis que Hollywood produz. O problema é que o humor inteligente, cult que ele faz, não tem mais público nos EUA, que prefere rir com coisas como Norbit, As Branquelas, Penetras Bom de Bico, etc... Sendo assim, ele perdeu o financiamento que tinha antes nos EUA, e teve que sair do seu casulo (Manhattan – que é outro nome de filme também) e agora está produzindo seus filmes na Europa. Desde Match Point, esse já é o seu 4º filme financiado e produzido por lá (Scoop e O Sonho de Cassandra são os outros), onde ele tem público cativo e o terceiro com sua nova musa Scarlett Johansson. Dessa vez ele ousou mais e partiu para um país mais “exótico” para contar sua história, a Espanha, o que deu um tom bem diferente ao filme.


A história é sobre duas amigas americanas que vão para a Barcelona, Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson). Elas são completamente diferentes, um verdadeiro ying e yang. Vicky é a zelosa e cautelosa e Cristina, a aventureira. Lá elas se envolvem com o Javier Bardem, um pintor inteligente e sedutor que não esconde suas intenções para com as duas, o que desagrada uma e alegra a outra. No meio disso surge a Penélope Cruz, a ex-mulher temperamental e descontrolada para completar o círculo amoroso disfuncional.


O filme por muitas vezes se confunde com a atmosfera criada por Almodóvar nas suas produções, apesar de não ter a estética kitsch peculiar dele. As músicas incidentais espanholas, os belos cenários, tudo torna o filme bem diferente de tudo que Woody já fez antes, assim como ele fez em Match Point. Mas ainda dá pra reconhecer a marca registrada dele no filme, que sempre tem que ter um chato que racionaliza e verbaliza demais as coisas, que é a personalidade real dele, e normalmente é feito por ele mesmo nos filmes (os filmes dele em que ele atua são os piores...), e dessa vez é a Vicky. Uma chata verborrágica de galocha, que tem um noivo tão chato e pegajoso quanto ela. E para descontrair, tem uma louca bem ao estilo Almodóvar, que é feita pela Penélope, que dá vida ao filme.


Há uma narração meio irritante e completamente dispensável durante o filme, que conta detalhes que são facilmente entendidos ou até desnecessários mesmos. Woody Allen de vez em quando faz isso. Lembrou também a narração óbvia do Morgan Freeman em Menina de Ouro. O elenco é interessante, competente e tem nomes conhecidos, como os já citados e também a Patrícia Clarkson (Boa Noite e Boa Sorte, Em Seu Lugar). Scarlett Johansson está no auge da sua beleza, assim como em Match Point. Woody Allen pelo jeito faz bem a ela. Sinceramente, não li nenhuma crítica a respeito dele, nem sei qual a recepção que tem tido, mas eu achei o resultado bem interessante. Sair dos EUA tem dado novos ares ao Woody, novas perspectivas e deixado seu trabalho cada vez mais interessante.



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Nota: 8,0 Depois de Match Point, parecia que Woody Allen tinha mudado de fase, com um filme mais denso, enveredando-se pelo drama, mas Scoop veio pra provar o contrário. O filme foi dilacerado pela crítica, mas não sei bem porque. Não é um filme...

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Para quem receava que Woody Allen estivesse preso a Scarlett Johansson ou que se tivesse estragado. Se pensassemos nos filmes de Woody Allen e tivéssemos de escolher um top 10, ou mesmo a melhor metade, quantos da última década estariam presentes?...



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