Crítica - Self/Less (2015)
Cinema

Crítica - Self/Less (2015)


Realizado por Tarsem Singh
Com Matthew Goode, Ryan Reynolds, Michelle Dockery

O desejo de escapar à morte e de alcançar a tão utópica imortalidade serve de mote para a premissa de um fraquinho e incomplexo "Self/Less", um projeto que se adivinhava mais complexo e promissor do que o improdutivo resultado final apresentado por um igualmente improdutivo Tarsem Singh, um cineasta cada vez mais banal que falhou desta forma mais uma oportunidade para incluir de um vez por todas filme de qualidade na sua pobre filmografia em Hollywood. Mas ao contrário de fracassos passados cujo insucesso já era anunciado, como "Mirror Mirror" (2012) ou "Immortals" (2011), "Self/Less" tinha potencial para render muito mais graças a uma premissa que prometia juntar elementos de ação e ficção cientifica numa intriga minimamente complexa que conseguisse desafiar o espectador, quer pela via do desafio à moralidade, quer pela via do entretenimento comercial. Em ambos os casos, "Self/Less" falha redondamente.


Protagonizado por um polivalente Ryan Reynolds, que parece regressar com esta sua performance pouco vistosa e nada carismática aos primórdios de uma ainda medíocre carreira que precisa de um crescimento com mais qualidade, "Self/Less" explora a história de um multimilionário que, para escapar a uma morte certa, decide avançar com um tratamento médico radical que lhe permita viver mais tempo e num corpo mais jovem que pertence a um jovem sobre o qual não sabe nada. A operação é um aparente sucesso, mas há medida que se vai ambientando à sua nova realidade começa também a sofrer perigosos efeitos secundários que o levam a descobrir a impiedosa realidade sobre a organização secreta e muito perigosa que lhe deu uma nova vida.
Tal premissa parece à partida muito convidativa, mas o seu desenvolvimento padece de um certo ímpeto de imaginação e qualidade que poderiam ajudar a amadurecer e melhorar aquele que acaba por ser um resultado final muito negativo. A juntar a esta clara ausência de capacidade criativa e intelectual, "Self/Less" denota também uma parca intensidade e uma aposta demasiado concentrada numa ação simples e opaca que muita vezes se repete, como fica provado pela falta de imaginação demonstrada pelos seus criadores para arranjar novas e diferentes formas de eliminar ou salvar personagens. Este pobre espetáculo de ação e aventura encontra repercussão num igualmente fraco contexto narrativo que, como já foi expresso, denota falhas imperdoáveis e uma surpreendente ausência de sumo narrativo. Sem uma razoável história ou entretenimento à mistura, não é de estranhar portanto que "Self/Less" seja um filme enfadonho, mas tal desastre poderia ser minorado ou até evitado, caso Singh fosse um daqueles cineasta com potencial para fazer maravilhas com muito pouco, mas como já tinha ficado provado com projetos anteriores, Singh não é claramente um desses profissionais. 

Classificação - 1,5 Estrelas em 5



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