Crítica: 007 - Permissão Para Matar (007 Licence To Kill)
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Crítica: 007 - Permissão Para Matar (007 Licence To Kill)




Se Timothy Dalton é Bond mais polêmico, o seu segundo filme é o que mais causou discussões mundo afora. Os fãs da série diziam que o agente tinha perdido o tom de diversão e aventura para se tornar um personagem extremamente violento, o que de fato aconteceu, mas, ao meu ver, assumiu um tom excelente. O longa é baseado em uma sequência do livro Viva e Deixe Morrer, que já havia sido adaptado no debute de Roger Moore muitos anos antes. Estamos aqui diante de um personagem rebelde e tão obcecado por vingança que chegou a enfrentar todos os seus superiores.

Como já citado na introdução, o filme gira em torno de um ato de vingança meticulosamente planejado por Bond. Ele pretende se vingar de Franz Sanchez, que sequestrou seu amigo Felix Leite e o jogou para ser devorado por tubarões. Além disso, Felix havia acabado de se casar e sua esposa foi assassinada, o que remete ao que aconteceu com o próprio agente no passado. Após pedir demissão e ter a permissão para matar revogada a única saída para começar este plano foi se infiltrar e ganhar a confiança de seu oponente.

Talvez ele não tenha o mesmo carisma que seus antecessores, mas Dalton continua muito bem no papel principal. Acho que o grande pecado dele é o fato de aparentar cara de bobo por algumas vezes, mas a forma humana e implacável de seu Bond é inquestionável. Me convenço com essa sequência que ele é o mais subestimado e injustiçado de todos os interpretes do personagem. A vilania do filme rouba a cena nas atuações, pois Robert Davi entrega uma vilão sensacional e impiedoso e ainda podemos contar com a estréia de Benicío Del Toro, que interpreta um capanga com cara de lunático e a crueldade elevada. As conquistas amorosas continuam restritas devido a uma adaptação ao tempo de DST está em evidência. Desta vez contamos com duas BondGirls, linda, mas ofuscadas pela situação do momento.

Para quem vem acompanhando a cobertura de críticas do universo Bondiano sabe que gosto mais dos filmes realistas e não me incomodo com a inclusão ou não de violência na película. O problema é que muita gente se sentiu ofendida com esse tom implantado pelo diretor John Glen e a produção não conseguiu nem mesmo superar o seu orçamento previsto, nos EUA, o que culminou num extremo fracasso. Uma injustiça grotesca, pois considero 007 - Permissão Para Matar um dos melhores filmes da série.

Apenas a critério de curiosidade, o destino veio a tirar Dalton do papel antes do tempo previsto, mas este é um assunto que iremos abordar na próxima crítica.

 
Trailer do Filme:




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