Crítica: Corpo Fechado ( Unbreakable)
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Crítica: Corpo Fechado ( Unbreakable)



" Um filme muito bom e impressionante, capaz de deixar a todos de boca aberta "

Antes de fiascos como O Último Mestre do Ar e Demônio, M. Night Shyamalan já foi um diretor de fazer filmes muito interessantes e inteligentes. O Sexto Sentido fora a obra que lhe projetou e lhe rendeu elogios que se justificaram na direção de Corpo Fechado. Em Sinais e A Vila o diretor começou a diminuir o brilhantismo, mas ainda proporcionou entretenimento acima da média. Com o sucesso, o indiano passou a dedicar seu tempo a projetos menos ambiciosos e particulares. É neste momento que a coisa desandou e A Dama da Água e Fim dos Tempos estão aí para mostrar que é possível perder o prestigio do passado em poucos segundos e passar a ganhar prêmios como o Framboesa e Ouro (Veja os Vencedores de 2011).

Voltando ao filme em questão...Tudo se desenvolve após um acidente fatal de trem, que possui um único sobrevivente. Poderíamos pensar que sua sobrevivência se tratou de sorte ou destino, mas logo passamos a acreditar que David tem o dom de não se ferir. Como seria possível algo assim? Como pode um homem comum ser indestrutível? Estes são os questionamentos feitos por Elijah Price, um fanático por histórias em quadrinhos e pessoa que irá começar a fazer as perguntas necessárias para o descobrimento de um novo herói. Elijah sempre foi chamado de " Senhor de Vidro" por possuir uma doença, caracterizada pela fragilidade dos ossos. Sofrendo com estes problemas desde a infância, o rapaz passa a acreditar que deve existir no mundo uma pessoa que é o seu oposto. É em David que ele deposita sua esperança e juntos irão tentar desvendar este novo mistério.

Comecei a gostar do filme logo de cara. Percebi que a maneira de conduzir a câmera, adotada pelo diretor, era um pouco fora do comum. Ela se movimenta como se fôssemos pessoas escondidas na cena e em busca de respostas para os atos dos personagens. Passa uma sensação de que fazemos realmente parte daquele universo. Outro ponto muito rico do filme é o seu roteiro muito bem elaborado e trabalhado pelo diretor. A história é interessante e consegue oferecer um pouco de cada gênero do cinema. Drama, ação, aventura, suspense e até terror são apresentados ao espectador, sendo estes fatores determinantes para que o longa se desenvolva durante sua exibição com louvor e conseguindo manter seu público vidrado. A trilha sonora é muito interessante e as reviravoltas, marca registrada de Shyamalan , são capazes de assombrar a todos.

O elenco da produção é maravilhoso. Bruce Willis (Red - Aposentados e Perigosos, Xeque-Mate) está magnífico em sua interpretação e consegue manter em seu personagem o aspecto de uma pessoa infeliz e que não acredita em seu potencial. Sua voz calma e tranqüila, mesmo em momentos de tensão, conseguem demonstrar que ele não teme muita coisa, mas por outro lado comprova que nem mesmo tendo super poderes é fácil saber qual é o seu lugar no mundo. Samuel L. Jackson (Destinos Ligados, Os Outros Caras) faz uma papel esquisito e um personagem estranho. Em termos menos complexos, ele consegue dar um "ar de louco" a alguém que precisa conviver com fantasias e pesadelos. A química entre os protagonistas é notável e ainda contam com bom apoio dos coadjuvantes.

É um história sobre o descobrimento de um héroi. Não pensem que vão ver super efeitos ou belas seqüências de luta. A coisa aqui é mais psicológica e aprofundada no auto descobrimento de personagens com razões nítidas e claras. A realidade é dura e apresentada com o entendimento que estamos em um meio em que pessoas que podem ser julgadas como normais, são maléficas e em um mundo em que o bem e o mal andam lado a lado. Triste mesmo é saber que um diretor esplêndido, se perdeu em seu próprio ego.

Nota: 9,0


Trailer do Filme:



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