Crítica: Indomável Sonhadora (Beasts of the Southern Wild)
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Crítica: Indomável Sonhadora (Beasts of the Southern Wild)



Indomável Sonhadora é um filme que ganhou muito destaque ao longo do ano com suas apresentações em festivais. O longa foi o grande vencedor do Prêmio do Juri do festival de Sundance e também levou o prêmio de melhor debutante, chamado de Caméra d?Or, em Cannes. Essas conquistas já fazem com que este seja um dos longas mais aguardados pelos cinéfilos e agora depois de conferido posso dizer tranquilamente que se trata de uma produção que merece todo esse alvoroço ao seu redor.

A trama gira em torno da pequena Hushpuppy, uma menina que vive em uma comunidade marginalizada, carinhosamente chamada pelos moradores de Banheira, pelo fato de ser uma ilha rodeada de águas, que a qualquer momento pode deixar toda a comunidade submersa. Não há neste local escolas ou até mesmo tempo para muitas brincadeiras, sendo de maneira selvagem, que, junto ao seu pai, a garota aprende a sobreviver. Os moradores da região sabem do risco que correm, mas fazem questão de vangloriar o lugar em que vivem e é exatamente por isso que a menina costuma fantasiar que ela e seus vizinhos são criaturas fortes e dispostas de uma selvageria assustadora.

A direção de Behn Zeitlin é bastante segura e consegue enriquecer a produção. Uma das suas decisões foi a de filmar com a câmera muito próxima dos personagens, o que gera um certo incômodo ao espectador, mas que termina se tornando uma atitude bastante positiva. As tomadas são cruas e chegam a assumir um tom mais documental. O roteiro é bastante simples, mas quando jogado em cena com uma montagem que nos encaminha lentamente a participar desse mundo de sonhos, termina se tornando algo grandioso, assim como tudo que presenciamos sob a ótica da protagonista. 

Outro ponto fortíssimo da produção são as atuações de Quvenzhané Wallis, que é uma atriz fabulosa e que mesmo com sua pouca idade é capaz de transmitir um carga de sentimentos com apenas um olhar. A menina é sem sombra de dúvidas a grande revelação para o mundo cinematográfico do ano e consegue se manter em alto nível durante toda a película. Atuação digna de uma atuação de Oscar. Outro que merece destaque é Dwight Henry, responsável por dar vida ao pai de Hushpuppy, ele consegue transparecer toda a selvageria que lhe exigida, ao mesmo tempo em que demonstra amar a filha que tem. Sua luta contra a morte é encantadora e não seria surpresa para ninguém que seu trabalho ganhe respaldo com indicações a prêmios na temporada de premiações. 

O longa é fácil de ser assistido e o tempo passa rápido durante a película. Com ele é possível se encontrar felicidade mesmo estando em lugar marginalizado e entender o quanto é importante dar valor aquilo que se tem. Além disso, é possível saber que mesmo uma criança, que não sabe da mãe, vive com um pai doente e com temperamento forte é capaz de sonhar e ter pensamento que qualquer criança teria. Toda essa ambientação e uma trilha sonora capaz de preencher todas as cenas em que está presente, são pretextos para que este seja um filme de grande valor e que deve ser assistido por todos os cinéfilos do mundo afora.




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