Resenha de Filme: A Feiticeira da Guerra (War Witch/Rebelle)
Cinema

Resenha de Filme: A Feiticeira da Guerra (War Witch/Rebelle)



A Feiticeira da Guerra gerou em todos muitas expectativas pelo fato de, teoricamente, ser o longa que tomou o lugar de Intocáveis na disputa do Oscar 2013 de Melhor Filme Estrangeiro. A produção canadense também foi mencionada como uma das melhores produções estrangeiras no National Board Review e sua protagonista, Rachel Mwanza, foi eleita a melhor atriz no Festival de Berlim. O longa é de fato interessante por saber mesclar muito bem a guerra e seus terrores com um conto de magia lírica, quebrando assim uma cina de que produções deste gênero tendem a ser meramente documentais e de críticas sociais.

Na trama acompanhamos Komona, uma menina que foi capturada por rebeldes, sendo forçada a assassinar os pais e a servir à causa do grupo durante o conflito com a República Democrática do Congo. A garota, ao tomar uma seiva alucinógena, mantem contato com os mortos e estes lhe ajudam a sobreviver as batalhas. Com essa diferença os rebeldes começam a tratá-la como uma feiticeira que pode tornar os rebeldes vencedores da guerra. A questão é que estamos falando de uma criança de 12 anos, que não deseja servir a nada e se apaixona por um dos membros do grupo.

Em dois anos percebemos uma grande evolução da personagem central, que ainda aos doze perde seu sentindo de ser criança. A jovem menina não possui muitas opções na vida, mas mesmo diante de um universo tão negativo consegue se apaixonar e tentar ser feliz. Esse é o ponto mais forte da produção, que sabe dividir o espaço entre suas alucinações e o romance, que tem com Mágico, com a a guerra presente eternamente em território africano. Não deixa de lembrar um pouco a produção Indomável Sonhadora, que também contava com uma criança que em suas fantasias buscava força para encarar os momentos mais adversos. 

O roteiro é prejudicado pelo excesso de narração por parte da protagonista, porém ainda assim demonstra ser bastante sólido ao evoluir a violência conforme o passar do tempo e ao apresentar as conseqüências sofridas por aqueles que são recrutados. Psicologicamente, por exemplo, eles são ensinados a amar e a cuidar de suas armas como se estas fossem a última pessoa viva de sua família. Homens, mulheres ou crianças são todos tratados da mesma forma. Outra sacada interessante foi a forma com que decidiram apresentar os fantasmas da vida de Komona, que aliada a fotografia e trilha sonora ganham muita força.

Rachel Mwanza não chega a ser sensacional, mas segura muito bem o desafio de viver um personagem tão sofrido e complicado. A obra em resumo é boa, porém ainda está aquém daquele que todos acreditavam que seria indicado ao Oscar e abaixo das expectativas que me gerou. Muito são os pontos positivos, mas ainda assim sinto que faltou alguma coisa.



Trailer Legendado:



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