Crítica: Melancolia (Melancholia)
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Crítica: Melancolia (Melancholia)



Dizem as lendas que em 2012 o ano vai acabar e se isso for realmente verdade, que aconteça da forma que Lars Von Trier pensou. Essa é  única menção honrosa que vou fazer a esse diretor, que se demonstra genial na arte de dirigir, mas que se apresenta um completo babaca ao ser expulso, este ano, do festival de Cannes ao dizer que idolatra Hitler e apoia o Nazismo. Um cara como esse não merece o respeito de ninguém e termina deixando para segundo plano o realmente deve ser comentado, que é o seu belo trabalho do filme Melancolia.

Melancolia é um filme lindo, louco e empolgante. O longa já começa com uma longa sequência em câmera lenta, que nos representa o sonho da personagem Justine sobre o futuro da humanidade. A cenas são belas e chocantes, pois cada semblante demonstra a inevitabilidade do colapso entre um belo planeta e a Terra. Após esta sequência marcante, o filme é dividido em duas partes, sendo a primeira delas focada na festa de casamento de Justine, que já não entende mais o real motivo de estar se casando, pois o mundo estaria em iminência do fim. Por mais que ela tentasse demonstrar alegria com tudo aquilo, não era mais possível se vender uma falsa felicidade. A depressão já havia lhe tomado a vida e ser um centro das atenções numa festa desse porte era um pouco demais para a moça. A Segunda parte esta focada na irmã de Justine, Claire, que não consegue mais ser controladora da situação em que vive e não consegue encontrar a paz com essa situação. Apesar de causar dúvidas, a possibilidade do choque entre dois planetas enlouqueceu a jovem e aos poucos seu sentido em viver foi se perdendo.

Confesso que gostei mais da segunda parte do que a primeira. A festa de casamento é um pouco arrastada, porém sem ela não era possível de se entender o padrão da vida das irmãs. É nesse momento que percebemos o quanto elas são diferentes e o quanto, apesar de conviverem bem, possuem rusgas do passado. Justine se mostra depressiva , triste e Claire direta, organizada e controladora. A segunda parte já tem mais o ar de filme catástrofe e gera bons questionamentos sobre o que faríamos se o fim estivesse em eminência. Alguns dizem que não haverá um choque entre os planetas, mas só o simples fato de existir essa possibilidade já podemos para pensar onde iríamos querer estar e com quem.

É exatamente nesta segunda parte que Kirsten Dunst dá um show de atuação e rouba a cena para si. Agora ela está ainda pior de sua depressão e não consegue mais nem se alimentar direito. Ela era uma das poucas pessoas capazes de antever o acontecimento e saber exatamente o dia e a hora do acontecido não é nem de perto uma coisa boa. Além disso, ela precisa conviver com a empolgação de seu cunhado e seu sobrinho, que acreditam que tudo não será um belo susto e apenas mais uma cena que a astrologia era retratar durante toda a eternidade. Charlotte Gainsbourg é outra que está muito bem em cena, mas foi engolida pela antiga Mary Jane, que terminou ganhando o prêmio de Melhor Atriz no festival de Cannes. A expectativa é que o trabalho da atriz seja mais reconhecido a partir de agora.

O clima de medo e terror tomam conta do filme, mas tudo é feito através de simbolismos, que terminarão não agradando alguns. Me pergunto como eu encararia uma situação como essa e tudo que tenho a dizer é que gostaria de estar perto de minha família. Seria eu uma pessoa capaz de demonstrar tranquilidade ou seria alguém desesperado com a situação? Na verdade essa resposta não importa muito, mas admito que fiquei me questionando. A idéia de retratar o mundo sob a ótica de duas irmãs, diferentes ao extremo, foi genial.



Trailer do Filme:




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