Crítica: O Fim de Uma Era
Cinema

Crítica: O Fim de Uma Era


Por Fabricio Duque

?O Fim de Uma Era? integra e finaliza a trilogia de longas-metragens da Operação Sonia Silk, dirigidos por Bruno Safadi (no ?O Uivo da Gaita?) e Ricardo Pretti (no ?O Rio Nos Pertence?); estrelada pelos atores Lean­dra Leal, Mar­i­ana Ximenes e Jiddu Pin­heiro, e fotografada­ por Lucas Barbi (tendo o Ivo Lopes Araújo nos anteriores). A terceira parte narrada (por Helena Ignez, Maria Gladys, entre outros "monstros"), descritivamente, em ?crônicas? existencialistas à La Nelson Rodrigues, é ?dedicada às musas?, e é considerado o ??making of? bastidores? (?Um filme feito dentro dos outros filmes?) dos anteriores. A música ?The Man I Love? no piano fornece a atmosfera experimental de poesia visual concretista e realista (de ?amar lentamente e livremente?).  A narrativa apresenta-se por passagens. A estrutura intimista corrobora o gênero ?Belair? (de Júlio Bressane) com seus planos estéticos, contemplativos e não convencionais e seus rascunhos metalinguísticos da câmera. ?Vamos fazer um filme de amor como deve ser? e ?Em vez da morte veio um reconhecimento? são algumas das frases que reverberam metafísica, imagem pausada de Leandra, o ?big brother? de Ricardo e Bruno, fades brancos e pretos, silêncios, músicas sem acompanhamento, cenas do calçadão de uma praia do Rio de Janeiro em frames sobrepostos e naturalidade documental em ficção projetada ? captando expressões da equipe (lembrando e muito o documentário de Marcelo Ikeda sobre ?OsMonstros? da Alumbramento). É um filme de amor sobre histórias de amor, entre vida e cinema, entre criação e amor, entre paixão e trabalho. Com ?Abusam de sua ausência?, ?jogou mentiras e você não cedeu?, ?fizeram um filme sobre você?, ?um merda arrogante?, entre tantas colocações, olha-se para as pessoas que amaram e sofreram dando suas vidas para o cinema, definindo vidas e manias de um ator ?impostor ?fudido? e mal pago?. Aqui é ?outro tipo de amor, coisa que os românticos não entendem? e ?nada além de uma ilusão?, ?brincando? com aproximações subjetivas e imagens da equipe que dorme. ?O Fim de Uma era? representa uma ode apaixonada ao cinema essência, metaforizado por inovações tecnológicas e possibilidades infinitas de criação fílmica. ?A morte não tem nada de arbitrário, ela requer uma entrega absoluta?, ?É uma companheira fiel?, finaliza-se. Concluindo, talvez a máxima do ?documentário-filme-ficcional? seja a despretensão de não querer ser nada, tampouco buscar uma definição. Caro espectador, não espere respostas e sim instantes magníficos. Uma obra-prima. Ponto final. 





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