?O Fim de Uma Era? integra e finaliza a trilogia de longas-metragens da Operação Sonia Silk, dirigidos por Bruno Safadi (no ?O Uivo da Gaita?) e Ricardo Pretti (no ?O Rio Nos Pertence?); estrelada pelos atores Leandra Leal, Mariana Ximenes e Jiddu Pinheiro, e fotografada por Lucas Barbi (tendo o Ivo Lopes Araújo nos anteriores). A terceira parte narrada (por Helena Ignez, Maria Gladys, entre outros "monstros"), descritivamente, em ?crônicas? existencialistas à La Nelson Rodrigues, é ?dedicada às musas?, e é considerado o ??making of? bastidores? (?Um filme feito dentro dos outros filmes?) dos anteriores. A música ?The Man I Love? no piano fornece a atmosfera experimental de poesia visual concretista e realista (de ?amar lentamente e livremente?). A narrativa apresenta-se por passagens. A estrutura intimista corrobora o gênero ?Belair? (de Júlio Bressane) com seus planos estéticos, contemplativos e não convencionais e seus rascunhos metalinguísticos da câmera. ?Vamos fazer um filme de amor como deve ser? e ?Em vez da morte veio um reconhecimento? são algumas das frases que reverberam metafísica, imagem pausada de Leandra, o ?big brother? de Ricardo e Bruno, fades brancos e pretos, silêncios, músicas sem acompanhamento, cenas do calçadão de uma praia do Rio de Janeiro em frames sobrepostos e naturalidade documental em ficção projetada ? captando expressões da equipe (lembrando e muito o documentário de Marcelo Ikeda sobre ?OsMonstros? da Alumbramento). É um filme de amor sobre histórias de amor, entre vida e cinema, entre criação e amor, entre paixão e trabalho. Com ?Abusam de sua ausência?, ?jogou mentiras e você não cedeu?, ?fizeram um filme sobre você?, ?um merda arrogante?, entre tantas colocações, olha-se para as pessoas que amaram e sofreram dando suas vidas para o cinema, definindo vidas e manias de um ator ?impostor ?fudido? e mal pago?. Aqui é ?outro tipo de amor, coisa que os românticos não entendem? e ?nada além de uma ilusão?, ?brincando? com aproximações subjetivas e imagens da equipe que dorme. ?O Fim de Uma era? representa uma ode apaixonada ao cinema essência, metaforizado por inovações tecnológicas e possibilidades infinitas de criação fílmica. ?A morte não tem nada de arbitrário, ela requer uma entrega absoluta?, ?É uma companheira fiel?, finaliza-se. Concluindo, talvez a máxima do ?documentário-filme-ficcional? seja a despretensão de não querer ser nada, tampouco buscar uma definição. Caro espectador, não espere respostas e sim instantes magníficos. Uma obra-prima. Ponto final.
- Crítica: Homem Comum
Por Fabricio Duque ?Homem Comum?, vencedor do Festival É Tudo verdade de 2014, representa outra obra híbrida (ficção e realidade) do documentarista Carlos Nader, que cada vez ?quebra? os parâmetros do cinema e surpreende com narrativas inventivas,...
- Crítica: O Rio Nos Pertence
Por Fabricio Duque ?O Rio Nos Pertente? integra o coletivo de cinema Operação Sônia Silk, e é considerado o mais palatável da série, talvez por ser mais concretista em relação a sua narrativa. O projeto inclui a escalação dos atores: Leandra...
- Crítica: Doce Amianto
A Fábula Comportamental de Uma Fibra Personificada Por Fabricio Duque A ?doce? Amianto só queria um amor perfeito, sentimento comum e unânime que todos buscam, mas são interrompidos pela realidade nua e crua das subjetividades individualistas....
- Crítica: Educação Sentimental
Por Fabricio Duque "Educação Sentimental" apresenta-se como o mais recente filme do diretor "mestre" Júlio Bressane (de "Filme de Amor", "A Erva do Rato", "Matou a Família e Foi ao Cinema"). O cineasta, um dos representantes da Belair Filmes (com...
- Crítica: No Lugar Errado
Por Fabricio Duque "No Lugar Errado" integra o gênero de criação coletiva (e solidária) da produtora Alumbramento Filmes. Os cineastas Guto Parente (de "Doce Amianto"), Luiz Pretti (de "O Rio nos Pertence"), Ricardo Pretti (de "O Rio nos Pertence")...