Cinema
Crítica: Zero Days
Por Fabricio Duque
Direto do Festival de Berlim
17 de Fevereiro de 2016
?Zero Days?, do prolixo Alex Gibney, que faz três por ano, e que integra a competição oficial do Festival de Berlim 2016, é típico documentário americano de estrutura clássica que se utiliza da narrativa investigativa por meio de entrevistas e de dados factuais jornalísticos (destaque ao telejornal brasileiro Jornal Nacional , apresentado por William Bonner) para construir uma ideia de conspiração mundial (entre empresas) pelo cyber-espaço. Aqui é usado características de gênero híbrido, como reais depoimentos (incluindo a famosa ?voz deturpada de pato?) com o texto interpretado por uma atriz que ?assume" verdades, já que a os entrevistados não comentam sobre os eventos e os documentos classificáveis como ?ultra top secret?, que por sinal deixa seu diretor incomodado e ?fulo da vida?. É um Michael Moore sem o humor-afiado. O documentário tenta encontrar respostas revelando os ?perigos do malwares?, ?vulnerabilidades do sistema? e o conceito ?raro" de ?zero days? que cada vez encontra-se mais recorrente, alterando a lógica. ?É como um filme espião de James Bond, só que real?, diz sobre o universo computacional, em que tudo é digital e controlado, afetado e infectado pelo sistema (incluindo o Urano - e suas consequências ?bombásticas? e balões metafóricos). É mais que uma "história de computadores?. É ficção científica contra o ?armageddon?. A narrativa em edição videoclipe (como se fosse a busca do Google) objetiva desmentir a ?paranóia" à moda do seriado ?Mr. Robot? com ?Homeland?. Nada é dito. E sim inferido ?off record? ou fazendo com que o outro diga (saindo pela ?tangente"). sobre o sistema ?interconetado". ?Defender, não ofender. Espiar para manipular?, diz-se com atmosfera ?Valdemort Jogos Olímpicos?, do filme ?Tron?, que conserva a trilha-sonora eletrônica. Concluindo, um filme técnico, verborrágico, que busca solucionar a teoria ensaísta sobre a dominação das máquinas do mundo.
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