Resenha de Filme: Minha Mãe é Uma Peça
Cinema

Resenha de Filme: Minha Mãe é Uma Peça



Baseada na peça teatral, de sucesso, chega aos cinemas brasileiros a produção Minha Mãe é Uma Peça, que encontra a missão de adaptar um texto cômico e atrativo de forma a não permitir que as piadas caiam no ridículo ou atinjam o nível de outras comedias nacionais sem graça e de mal gosto (Alguns Exemplos: Giovanni Improtta e Os Penetras). No teatro o espectador tem a possibilidade de imaginar os casos narrados pela personagem principal e tornar essa imaginação realidade é um grande desafio desta adaptação cinematográfica, que exigiu modificações do texto original e a personificação dos elementos do monólogo de Paulo Gustavo. 

A trama gira em torno da personagem Dona Hermínia, uma dona de casa separada, que ainda vive com dois de seus três filhos e que dedica cem por cento de seu tempo para criá-los e educá-los. Esta, por sinal, é a única ocupação desta mãe de meia idade, que termina escutando, por acidente, que sua forma de educar faz com que seus filhos lhe considerem uma chata e que, ambos acreditam, que morar com o pai e sua namorada, muito mais nova, seria mais divertido e interessante. Magoada, Hermínia decide dar um gelo nas crianças, sair de casa e refletir sobre a vida. É nesse momento que o espectador ganha uma viagem no tempo para refletir sobre a relação de pais e filhos e acompanha uma jornada de descobrimento interior da personagem principal. 

Tratando de temas interessantes como a sexualidade, obesidade, buylling e consequências de uma separação, de forma bem divertida e descontraída, a produção se afasta da comédias piegas mencionadas na introdução deste texto. Paulo Gustavo reina no papel que está acostumado a viver no teatro e faz com que a obra seja muito divertida, mostrando domínio sobre seu texto e sua criação, que é inspirada em sua própria mãe. Não que os deslizes não existam , pois a pitada de humor aplicado é bobo em alguns momentos, porém a produção faz questão de retomar o rumo e focar nos medos e anseios de seus personagens, o que evita que o espectador considere a trama mero entretenimento sem mensagens interessantes e faz com que, o mesmo, se sinta emocionado e conectado com a mãezona. 

Nem todos os personagens coadjuvantes, que precisaram existir nesta adaptação, são interessantes e alguns outros, que poderiam render grandes gargalhadas não são tão aproveitados. Cito rapidamente o papel da madrasta, que não rende risadas ou bons momentos. Concordo que deva existir para enriquecer o personagem principal, mas nada é feito de moda satisfatória e o trabalho de Ingrid Guimarães (De Pernas Pro Ar) é desperdiçado. Por outro lado, um personagem pouco aproveitado é o da empregada doméstica da família, que possui um humor tão irreverente e ácido quanto de Dona Hermínia. A dupla poderia render grandes momentos para a trama.

O humor e o riso estão garantidos e será difícil algum espectador não cair na gargalhada com as trapalhadas desta mãe destemida e dedicada aos filhos. O melhor momento, no entanto, está nos créditos finais, quando conhecemos a verdadeira fonte inspirada para todo o acontecimento. Com este momento hilário garanto que o espectador, e digo aqui mesmo aquele que não tiver gostado da obra, sairá sorridente do cinema. Ainda gosto mais do monólogo teatral, mas indico a produção para o mundo do cinema.


Trailer do Filme:

Ficha Técnica:
Gênero: Comédia
Direção: André Pellenz
Roteiro: Fil Braz, Paulo Gustavo
Elenco: Alexandra Richter, Herson Capri, Ingrid Guimarães, Mariana Xavier, Mônica Martelli, Paulo Gustavo,Rodrigo Pandolfo, Samantha Schmütz, Suely Franco
Produção: Iafa Britz
Fotografia: Nonato Estrela
Duração: 85 min.
Ano: 2013
País: Brasil
Cor: Colorido
Estreia: 21/06/2013 (Brasil)
Distribuidora: Downtown Filmes / Paris Filmes / RioFilme
Estúdio: Globo Filmes / Telecine
Classificação: 12 anos
Informação complementar: Adaptação da peça homônima escrita e estrelada por Paulo Gustavo




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