?Uma Professora Muito Maluquinha? baseia-se na obra literária de Ziraldo (Alves Pinto), o mesmo que escreveu ?Menino Maluquinho?, de 1994, seu maior sucesso editorial, que foi mais tarde adaptado para televisão (criada pela "TVE Brasil" por Cao Hamburger e Anna Muylaert, esta também roteirista) e cinema (estrelado por Samuel Costa no papel-título, Patrícia Pillar, Roberto Bomtempo, Othon Bastos e Luiz Carlos Arutin, produzido por Tarcísio Vidigal e dirigido por Helvécio Ratton, este último de ?O Mineiro e o Queijo?). Ano seguinte, em 1995, contou a história, homônima do filme em questão aqui, de uma professora, que ensinava com métodos não convencionais - e didática pouco ortodoxa. Conquistou seus alunos com seu modo de ser e com suas atividades cativantes. O livro retrata diversas formas de transmitir conhecimento (de mundo, de vivência cotidiana, de forma simples e agradável) aos alunos. O escritor, que também assina o roteiro ? assim como cartunista, chargista, pintor, dramaturgo, caricaturista, cronista, desenhista e jornalista brasileiro, nasceu em Caratinga no dia 24 de outubro de 1932, ele imprime, em suas histórias, uma atmosfera de ingenuidade com perspicácia infantil (a de falar abertamente sem limitações de condutas sociais politicamente corretas).
Foi atribuído aos diretores André Pinto e Cesar Rodrigues transpor este universo, que teve como protagonista a atriz paulistana Paola Oliveira, que já foi assistente de palco do programa ?Passa ou repassa?, mas que ficou conhecida por atuar em novelas, demonstrando incrível talento na minissérie ?Afinal o que querem as mulheres?, de Luiz Fernando Carvalho, escrita por João Paulo Cuenca. No cinema, ela fez ?Entre Lençois? com Reynaldo Gianecchini; ?Budapeste? e ?Eu e meu Guarda-Chuva?. A trama acontece em uma cidade do interior de Minas Gerais, na década de quarenta, durante a Segunda Guerra Mundial. A narrativa, em tom folhetim aborda as aventuras infantis de um menino, mais do interior, que vai à ?cidade grande? para estudar (na ?rua direita?, uma sutil metáfora). Há nostalgia; rádio tocando Milton Nascimento; lembrança bucólica; a maça à professora; com samba de Chiquinha Gonzaga; o cinema do filme ?Casablanca?, ?Cleopatra?, de Cecil B. Millele e encenada na escola; e atemporalidade. É um longa-metragem direcionado principalmente ao público dos ?pequenos?, porém um pouco cansativo aos adultos, porque não busca o realismo cinematográfico, consequentemente o convencimento interpretativo (afetado e forçado) não é levado em conta, exagerando reações e picardias (piadas antigas e repetitivas). O narrador, o protagonista mirim conta as artimanhas da ?heroína?, a professora, com uma beleza estonteante ? mostrada em câmera lenta, ?todas as meninas queriam ser como ela e todos os meninos queriam namorá-la?.
Ela inventa: ?Qual a vantagem de saber escrever o mesmo nome? Vamos escrever do coleguinha ao lado?, ?Você está fantástico de padre? e ensina gibis ao invés de um livro tradicional. ?Batina se disfarça?, rebate-se. A digressão fotográfica lembra uma imagem dos anos vinte, meio brilhosa e com luz estourada. ?Estar apaixonado é não descobrir as diferenças no final do dia?, diz-se. ?Procurando um país que não existe a gente aprende muitos outros?, são inúmeras frases sagazes, com inteligente simplicidade. Afinal, maluco quer dizer ?indivíduo apalermado?, mas também ?doido?, que, por sua vez, quer dizer ?alienado?, ?demente?, ?insensato?, mas também ?arrebatado?, ?extravagante?, ?apaixonado?, ?entusiasmado?. A extravagância de Catarina (Cat) desperta inveja nas outras professoras, que seguem ?regras aprovadas pela Educação?, e dizem que ?ela subverte, ensina moda demais?. Ela vê a vida de uma maneira diferente, original. A crueldade pueril também está presente, como na cena em que a malvada morde a língua. O final surpreende por não terminar de forma explicita. Infere-se e subtende-se. Concluindo, um filme voltado às crianças, reiterando o gênero infantil, com doses de ironia ingênua. Um filme fofo. Divertido.
Os Diretores
?Quando fui convidado, vi que era um projeto muito ousado: filme de época, com criança, um casting de alto nível, pouco tempo antes de começar a filmar. Então, chamei o César, meu parceiro na série Um Menino Muito Maluquinho e amigo há 25 anos. Iríamos nos dividir em duas frentes, para eu ir antes para São João del Rey, mas começamos a rodar os 10 primeiros dias na escola e tudo fluiu tão bem, que não precisou. Então ficamos juntos no set. Cesinha tem muita experiência em direção de ator, eu levava mais para a direção da cena?, disse André.
- CrÍtica Do Livro: O Passe E O Gol
o futebol visto da infância Sou fã do esporte mais popular do Brasil. Futebol é uma de minhas grandes paixões (ao lado de quadrinhos e cinema). Entretanto, como sou ruim dentro das quatro linhas, virei torcedor.....e leitor. Sou um apaixonado pelo...
- Crítica: O Segredo Dos Diamantes
?Tenho quatro filhas e sempre as levava ao cinema quando eram pequenas. Percebi que a maior parte da produção voltada para esse tipo de público era muito ruim. Foi então que pensei em fazer algo com um mínimo de sensibilidade. Em ?O Segredo dos Diamantes?,...
- Crítica: Titeuf
A Confusão Simplificada da Infância Por Fabricio Duque "Titeuf" baseia-se no personagem principal da história em quadrinhos, de mesmo nome, feita pelo artista Philippe Chappuis. O cartunista tem agora o nome artístico de Zep (por causa do Led...
- O Mineiro E O Queijo
Ficha Técnica Direção: Helvécio RattonRoteiro: Helvécio RattonElenco: DocumentárioFotografia: Gilberto OteroMúsica: Tavinho MouraEdição: Chico de PaulaProdução: Simone Magalhães MatosDistribuidora: Espaço FilmesEstúdio: Quimera FilmesDuração:...
- Programação Do Festin 2012
O festival começou esta noite, mas para o resto dos dias aqui fica um guia. 9 MAIO | Quarta-feira 21:30 - Sala M. Oliveira VIPS Brasil, 2010, 95’ | Realização: Toniko Melo. Com a presença do realizador TONIKO MELO 10 DE MAIO | Quinta-feira 11h00...