Crítica: 007 Contra a Chantagem Atômica (Thunderball)
O quarto filme da franquia marca a volta do diretor Terence Young, que não esteve presente na direção do longa ?007 contra Goldfinger?. A essa altura Bond já era um personagem maturado do cinema, afinal o espaço de tempo foi curto, mas tínhamos três longas apresentados. É exatamente por este motivo que a cada ano que se passava era preciso fazer algo mais grandioso para continuar atraindo a atenção dos espectadores. A palavra grandioso é o que pode resumir esse filme, pois ouvimos o chefe da S.P.E.C.T.R.E. dizer que este seria o maior plano implementado pelo grupo e de fato é o mais interessante. Outra vertente são os efeitos especiais que continuariam melhorando nas produções e que foram reconhecidos pelo prêmio do Oscar de sua categoria. O destaque fica para as cenas na água que são impressionantes para as possibilidades da época e por terem sido feitas em alto mar, ao invés das piscinas, em estúdios, utilizadas hoje em dia.
A sequência de abertura é interessante, divertida e exagerada, mas já mostrava exatamente o rumo que as coisas iriam tomar. O primeiro que o viés cômico ganharia mais um pouco de força, principalmente pelo vilão do evento ser um homem travestido e segundo que alguns efeitos seriam colocados sem motivo aparente. Bond usa uma mochila a jato para escapar dos bandidos, mas da forma que a coisa foi conduzida parece ter sido utilizado apenas para mostrar o avanço técnico, pois o tempo que os capangas percorreram em solo foi praticamente o mesmo que ele e a distância de vantagem ganha fora muito pouca. Como é de se supor, o agente escapa, mas é enviado à uma clínica de tratamento para se curar dos ferimentos. Meio que sem querer ele cai em mais um caso, pois os envolvidos, no sequestro do jato militar, estavam realizando a fase 1 do plano no hospital. O plano da S.P.E.C.T.R.E. desta vez consiste no roubo de ogivas nucleares, que serviriam para chantagear o gordo Britânica e Americano. Foi desta situação que os tradutores transformaram o nome original ?Thunderball? em ?007 Contra a Chantagem Atômica?.
Os clichês do personagem estão garantidos e continuamos vendo sua lábia, charme ao conquistar as mulheres e seus gadgets interessantes.Os vilões continuam com excentricidades marcantes, e Emilio Largo, o bandido da vez, usa um tapa olho e possui em sua casa um tanque com tubarões. Sean Connery tem aqui o que pode ser considerado sua grande atuação. Não necessariamente pelo o que vamos em cena, mas pelos riscos que ele teve de passar para entregar o trabalho. Ele realmente nadou em um tanque com tubarões e por algumas vezes foi retirado as pressas para evitar um ataque. Outros momentos precisou prender a respiração para fazer de conta que estava usando um tubo especial dado pelo agente Q. Tirando ele não há uma grande atuação de destaque. A Bondgirl do momento não serve para praticamente nada além de par romântico e o vilão tinha um problemão nas mãos, após terem apresentado o grande Auric Goldfinger em seu antecessor. O que fez com que parecesse menos tenebroso e menos assustador.
As cenas na água são realmente emblemáticas. Elas funcionam muito bem e são muito bem feitas, coreografadas e executadas para a época em que foram realizadas. A questão que exatamente por terem dado tanto trabalho, o diretor resolveu aproveitar o máximo possível dela e por muitas vezes tornou a produção um pouco monótona. O agente secreto a cada oportunidade que tem se joga no mar e a batalha final, muito bem executada e linda de se apreciar, possui pelo menos 25 minutos e deixa o espectador bem impaciente. Não que estejamos falando de algo forçado, pois desta vez capricharam no roteiro, criando bons argumentos e explicando tudo, com boas ideias.
Mesmo com muitos elogios e algo mais concreto, não posso dizer que o quarto filme seja melhor que o segundo e o terceiro filme. Posso dizer que seja uma continuação digna e que serviu como uma guinada para o caminho do Bond que conheci ao conferi-lo pela primeira vez, na pele de Pierce Brosman, em 007 Contra Goldeneye. Efeitos, ação emoção e mentiras...muitas mentiras.
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