Crítica: 007 Contra O Foguete da Morte (007 - Moonraker)
Depois de toda a atenção que deram aos mínimos detalhes em 007 O Espião Que Me Amava, a expectativa para a sequência estava em alta, infelizmente os produtores ao invés de se esmerarem e realizarem uma produção tão cuidadosa, quanto seu antecessor, apresentaram sinais de cansaço e descaso. O longa já é o décimo primeiro filme da franquia e o quarto com a presença de Roger Moore no papel de protagonista. A curiosidade fica por conta de que ao final de "O Espião Que Me Amava" haviam anunciado que o próximo filme seria "Somente Para Os Seus Olhos", mas o surgimento de filmes de ficção científica e o grande sucesso de Star Wars fizeram com que os produtores mudassem de ideia e caíssem da grande armadilha, que levou essa produção ao fracasso.
Se mantendo antenado com os acontecimento da época, esta aventura de Bond foca a corrida espacial, que gira em torno dos planos de um vilão, que deseja um futuro diferente para a humanidade. Os acontecimentos se dão depois de que uma espaçonave americana, que estava sob o controle britânico, desaparecer misteriosamente. Preocupados com a repercussão do caso, M e o Ministro inglês resolveram enviar Bond para investigar o caso. O agente logo descobriu que nem tudo é o que parece.
O roteiro desta produção é um dos mais confusos de todos os filmes da franquia. Chega a dar a impressão de que os produtores queriam enviar Bond para diversos países diferentes, como numa boa sacada de marketing, e por isso saíram enviado, sem grandes explicações, o agente para Veneza, Paris, Rio de Janeiro e alguns outro locais famosos. Na verdade até dá para aceitar que essas viagens façam parte da investigação do caso, pois difícil mesmo é engolir que era necessário se fazer uma viagem para uma estação espacial para solucionar o caso. Tentaram, descaradamente, engajar Bond no universo de George Lucas e Luke Skywalker.
A atuação de Roger Morre nem merece mais ser analisada, pois o ator esta extremamente confortável com seu personagem meio abobalhado. Ele até tanta, mas desta vez nem suas gracinhas conseguem salvar a trama, que se por sinal, como mencionei anteriormente, se apresenta forçada demais. O retorno de Jaws poderia ser um ponto positivo, principalmente depois dele ter roubado a cena no filme anterior, mas fizeram mais graça do que deviam com o personagem. Ele escapa da morte das formas mais forçadas possíveis e tem um final no mínimo ridículo.
O que não posso negar é que a obra é grandiosa e que eles de fato tentaram fazer algo superior aos antecessores. Investiram pesado em efeitos especiais e em tomadas com uma fotografia maravilhosa. A viagem em torno dos países também é interessante para conhecermos um pouco dos costumes de cada canto, apesar de que mais uma vez no Brasil mostraram o carnaval e bundas rebolando. Outro ponto forte é a música, que mais uma vez ficou a cargo de John Barry. A música Moonraker é uma das melhoras da franquia, apesar de mal utilizada pelo diretor.
007 Contra o Foguete da Morte terminou se tornando um dos filmes mais conhecidos no Brasil, obviamente devido a aparição de James Bond no Pão de Açúcar do Rio de Janeiro, mas isso não faz com que eu deixe de dizer que se trata de uma das piores produções do agente secreto. Uma pena, pois logo o filme que reverenciou nosso país foi um dos mais confusos de toda a Bond Série.
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