Crítica: 007 Na Mira dos Assassinos (007 A View To Kill)
Cinema

Crítica: 007 Na Mira dos Assassinos (007 A View To Kill)




Se em 007 contra Octopussy já estava mais do que na cara que Roger Moore, aos 54 anos, não tinha mais condições de atuar como James Bond, imaginem como é ter que encarar uma produção cujo o astro principal é um agente do serviço britânico de 57 anos? A questão é que apesar desse problema, que gera no público uma rejeição maior do que a produção merecia, serve como uma despedida digna para aquele que que mais vezes deu vida a este personagem tão idolatrado.

Desta vez James Bond tem a missão de investigar o magnata Max Zorin. Seus animais são sempre os vencedores de suas disputas e além disso ele pretende controlar o mercado de microchips, o que só é possível com a destruição das empresa que estão instaladas no Vale do Silício. O que obviamente faz parte dos planos do excêntrico vilão.

Moore está velho para o papel e não consegue mais realizar os movimentos que o trabalho lhe exige. Em sua atuação ele entrega um personagem pesado, cansado e já sem aquele carisma que lhe era peculiar. A presença de dublês é facilmente percebida e o sentimento de estar sendo enganado pode ser o causa tanto repúdio a este filme, que em meu modo de ver não chega a ser tão ruim como dizem aos quatro cantos do mundo. Christopher Walken é responsável por dar vida ao vilão e não decepciona em sua atuação. Chego a me arriscar que ele conseguiu entrar para o Hall de antagonistas marcantes. Grace Jones é outra que faz um belo trabalho e apresenta a Bond Girl mais interessante, peculiar e assustadora de todas.

Mais uma vez os roteiristas tentaram fazer algo complexo e tudo que conseguiram foi o desenvolvimento de um roteiro confuso. Este, por sinal, é um erro recorrente em diversas películas da franquia, que raramente acha um meio termo entre um roteiro ótimo ou um muito fraco. A investigação começa a respeito de doping em equinos para as famosas corridas e de uma hora para outra cai no meio de um trama de disputa comercial, em escala mundial, de venda de microchips. Outra problema é o quão longa são algumas tomadas e o quão pouco é descoberto durante as investigações. A primeira meia hora do filme mesmo transmite uma sensação de que saímos do nada e fomos a lugar nenhum.

O que torna este um filme melhor do que fato seria é a tendência do diretor de trazer os acontecimentos mais para a realidade. Por outro lado, as brincadeirinhas desnecessárias que o diretor havia cortado no passado terminam voltando mais do que deveriam, principalmente com a presença cômica de um policial, que nos faz lembrar o delegado chato de Viva e Deixe Morrer.

No frigir dos ovos temos aqui uma despedida digna para Roger Moore. Confesso que estava cansado já dos filmes com ele, mas por outro lado terminei gostando de algumas obras de sua fase, como por exemplo O Homem da Pistola de Ouro e O Espião Que Me Amava. Não é meu favorito, mas contribuiu e muito pela perpetuidade, que vem se instalando até o momento, do personagem. Ao menos é consciente para admitir que exagerou ao aceitar atuar nesta produção.


Trailer do Filme:




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