Crítica: 007 Viva e Deixe Morrer (007 - Live and Let Die)
A franquia de 007 não andava muito bem. Os últimos três filmes não foram dos melhores e as idas e vindas de Sean Connery, como a pífia participação de George Lazenby, só faziam desgastar a imagem do agente secreto mais famoso do cinema. Já se passaram mais de dez anos desde a estréia do personagem nos cinemas e já estava mais do que na hora de mudanças serem implementadas. Neste momento histórico aparece em cena o ator Roger Moore, que assumiu a franquia e conseguiu dar novos ares ao personagem, principalmente no tom cômico que este ganhou durante esse período.
Neste filme, Bond precisa investigar o assassinato de três agentes no MI6 e as pistas terminam lhe direcionando para o submundo das drogas, onde ele precisa acompanhar os passos do gângster Mr. Big, que está "vendendo" seu produto a custo zero para quebrar o negócio de seus concorrentes e tomar posse de todo o tráfico posteriormente. Tudo se passa dentro do contexto do movimento afro-americano nos Eua e mais uma vez coloca a franquia diante dos acontecimentos históricos do mundo real, o que por um lado é uma coisa boa, mas que terminou se complicando, pois os crimes, falcatruas e acontecimentos ruins estavam ligados aos negros, gerando acusações de racismo.
Apesar de não ser um filme excelente e não ter conseguido atingir o nível dos primeiros trabalhos da franquia, "Com 007 Viva e Deixe Morrer" possui algumas cenas muito marcantes, como por exemplo um funeral no meio da rua regado de muito Jazz e a fuga inesperada de um rio repleto de crocodilos. Roger Moore surpreende em sua atuação e entrega aquele ar galanteador, elegância e charme que estávamos acostumados a ver. Sua veia cômica permitiu a entrada de mais humor na história e, apesar de ser demasiado bobo em alguns momentos, garantiu a presença de mais válvulas de escapes aos momentos de tensão ou ação frenética. Bond em suas mãos deixou de ser frio e sisudo como no passado, ganhando um novo aspecto, o que de fato era preciso. Reza a lenda que ele chegou a ser um dos primeiros candidatos ao papel, antes mesmo de Connery, mas em sua biografia o ator fez questão de negar o caso.
O filme é um recomeço acertado, mas por muitas vezes exagerou sem necessidade. Praticamente todos os negros do país estavam a serviço do vilão e todos falando alto, cheio de gírias e com costeletas enormes. Outro exagero foram as cenas de perseguição que são muito longas e terminam quebrando o ritmo dos acontecimentos e tornando o roteiro mais confuso do que de fato seria se estivéssemos diante de uma película enxuta. O ponto forte fica com a trilha sonora que é de nada mais nada menos que Paul McCartney, o que dispensa qualquer comentário.
"Com 007 Viva e Deixe Morrer" se torna marcante por ser a entrada de Roger Moore na franquia, mas chega a ser um dos filmes mais empolgantes sobre James Bond. O vilão não apresenta tando medo assim e o capanga acaba sendo mais interessante. O que importa é que no frigir dos ovos a diversão está garantida.
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