Crítica: O Poderoso Chefão - Parte 3 ( The Goadfather - Part III)
Cinema

Crítica: O Poderoso Chefão - Parte 3 ( The Goadfather - Part III)




Copolla foi curto e grosso quando disse que tudo que tinha para falar sobre a família Corleone tinha sido dito nas duas produções realizadas nos anos setenta, mas mudou de ideia dezesseis anos depois e anunciou que seria feita uma terceira parte. Alguns comemoraram bastante a notícia, mas, como de costume, os fãs mais fanáticos não foram nem um pouco favoráveis a execução da película. Esse pensamento garantiu que esta fosse uma produção bastante subestimada e bastante criticada, porém quem analisá-la sem preconceitos poderá se divertir e apreciar um filme muito bem feito e muito bom.

Michael Corleone continua sendo o centro das atenções, mas desta vez está mais velho e sofrendo com um remorso muito grande perante suas ações no passado. É possível ver também o quanto seus filhos cresceram e quais são suas ambições, inclusive o fato de seu herdeiro ter o desejo de se tornar cantor e atingir certo sucesso ao ponto de reunir toda a família na Scília Para assistir sua ópera. Além dos filhos de Michael, temos a oportunidade de conhecer seu sobrinho, Vinnie, filho de seu irmão Sonny e com um temperamento bem semelhante ao do pai. A trama circula ainda perante o Vaticano, o que pode valorizar o sentimento de culpa sentido por Michael.

O terceiro filme se difere mais dos anteriores quando parte para uma narrativa mais focada no diálogo entre os personagens, sendo capaz de assim manter o enredo coerente e de fazer uma espécie de preview para aqueles que ainda não conheciam algum personagem da trama. É através de uma conversa que se sabe que o advogado da família faleceu e é dessa forma todos os aspectos são apresentados. Por outra lado a tendência do segundo filme foi mantida e novamente a história se mistura com fatos verídicos e históricos, como por exemplo, a morte do papa João Paulo I, que tinha sido a pouco tempo eleito.

No terceiro longa finalmente Diane Keaton tem espaço para brilhar, já que de marcante mesmo nos primeiros filmes somente houve a cena de ?encerramento? do amor entra ela e Michael. Ela agora volta como mediadora da relação entre pais e filhos, sendo responsável por apoiar a decisão de Anthony em ser cantor e tentar apoiar o relacionamento com a filha Mary, que tanto lhe idolatra. Keaton entrega uma atuação bem interessante se comparada com as anteriores, mas é ofuscado pelo incomparável Al Pacino, que já domina o personagem e sempre evolui em suas apresentações, e também por Andy Garcia, que entre muito bem no contexto e entrega uma atuação muito boa. Ponto negativo fica para Sophia Coppola, que não consegue agradar como a filha de Michael e termina atrapalhando um pouco uma conexão mais do espectador com os personagens.

Quanto a parte técnica pouca coisa mudou e o trabalho continua maravilhoso, o que de fato se diferencia agora é a fotografia, que deixa de ser tão densa e escura e passa a ser algo mais leve, mesmo com o mantimentos das sombras em diálogos mais marcantes. Outro aspecto que permanece é um final eletrizante e com diversos acontecimentos interessantes. Essas afirmações me permitem dizer que o terceiro longa é digno da trilogia e um encerramento muito bom. Não acho que seja do nível dos anteriores, mas também não é ruim quanto vendem.


Trailer do Filme:




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