Seção CINEMA // Críticas de janeiro - Parte 1
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Seção CINEMA // Críticas de janeiro - Parte 1


Esse domingo já tem Globo de Ouro e eu dei uma conferida na maioria dos filmes indicados pra dar minha opinião e poder dar meus palpites com mais segurança. Alguns eu não curti muito e não tive muita inspiração pra escrever um post inteiro, então fiz uma série de posts comentando 3 filmes. Eis o primeiro grupo:



Onde Os Fracos Não Tem Vez


Bravura Indômita // True Grit

Nota: 6,0


Esse é daqueles filmes que quanto mais o tempo passa, menos a gente gosta. Eu já sou um desafeto declarado de faroestes, ou westerns. Acho sua grande maioria extremamente racista e moralista. Toda aquela coisa de brancos heróicos e bandi- dos latinos ou índios me dá náuseas. Esse daqui não tem isso, mas mesmo assim não me agradou tanto. O título na- cional esquistóide pouco ajuda. É uma refilmagem do filme homônimo dos anos 60 com o John Wayne (na verdade o próprio filme dos anos 60 já era uma adaptação de um livro também homônimo), que quase tudo que vi dele me aponta que ele era um sujeito deplorável, mas dizem que ele não era racista, pois se casou sempre com latinas. Partindo desse ponto de vista só gays seriam machistas, já que todo hétero casa com mulher, e Clodovil não teria sido um homófobico...

Os irmãos Cohen decidiram então fazer esta versão que em teoria seria mais fiel ao livro. Não vi o original, que foi feito para o John Wayne, ao invés da menina protagonista, e sinceramente não tenho grande vontade de conferir, mas suspeito que essa refilmagem não traga grande novidade à história. Acho que remakes são interessantes quando se há uma mudança na estrutura do filme, como em Hairspray e agora com Footloose (que já estou tentando não alimentar grandes expectativas).

A história é sobre uma menina de 13 anos que acaba de perder o pai assassinado e contrata um caçador de recompensas para vingar seu pai, já que ela desacredita na polícia da época. O filme tem sido reconhecido em algumas premiações, principalmente a menina Hailee Steinfeld, mas sempre como coadjuvante. A Hailee é tipo uma Brooke Shields um dedo menos bonita e duas mãos mais talentosa. Ela ficou de fora do Globo de Ouro, porque aparentemente desde o piti que o Haley Joel Osment deu em 2000, eles não mais indicam menores de idade, mas tem sido lembrada em todas as outras premiações, e creio que estará na lista do Oscar.

Mas achei a personagem muito inverossímil para uma menina de 13 anos. Muito arrogante e precoce. Então não sei ao certo se a personagem foi escrita para ser assim mesmo, ou seja sobre-atuada pela menina. Ainda no elenco tem o Jeff Bridges, de novo fazendo um coroa decadente que fala pra dentro, e o Matt Damon, além do Josh Brolin, quase fazendo figuração.







Aos Trancos e Barrancos


O Vencedor // The Fighter


Nota: 6,0


Boxe, e quaisquer outras lutas do tipo, é uma coisa tão primitiva aos meus olhos. De tantos esportes que existem por aí, só alguma involução consegue me explicar o porquê de alguém querer se estapear com outrem em um rinque. Enfim... Eis mais uma cinebiografia, aquela história de superação e coragem, raça, força, de gente guerreira, zzz... Um papel que o Mark Whalberg vem se preparando há anos, e pelo jeito passou do ponto. Fisicamente ele seria perfeito para o papel na época que cantava de cueca na MTV ou era astro pornô superdotado em filme do Paul Thomas Anderson. Mas mesmo assim ele se empenhou em fazer das cenas de luta as mais realistas possíveis, e muitas vezes abusam da estética de transmissão esportiva de TV.

Ele é um lutador de boxe treinado pelo irmão, um viciado em crack que jogou a carreira fora e então passou a viver seus sonhos pelo irmão, é empresariado pela mãe estabanada e se apaixona por uma barman (ou barwoman? Como é o termo? Até porque em inglês é bartender para ambos os gêneros...) que vai de encontro aos interesses da família trapo. Então a gente acompanha a queda e ressurgimento da sua carreira diante da zona que é a vida familiar dele.

Na verdade o filme parece uma cópia exagerada de algum filme do Aronofsky, como O Lutador. Tão exagerada que ultrapassa a linha do drama e cai muitas vezes no caricato. Quase novela mexicana. A família cafona do Mark, em especial a mãe e as irmãs inúteis, condecora ainda mais essa constatação. Se bem que a Amy Adams, como o par romântico, também não é nenhuma Lady Di. O elenco tem sido lembrado nas premiações, em especial os coadjuvantes. Christian Bale e Melissa Leo, como o irmão e a mãe, parecem ser os mais fortes concorrentes das suas categorias, enquanto Amy Adams coleciona mais uma indicação. Forte concorrente às indicações de filme, direção e roteiro também, além de mais algumas menores. Mark Whalberg corre por fora na categoria de protagonista.




Os Bons Companheiros

Reino Animal // Animal Kingdom


Nota: 6,0

Normalmente filmes sobre máfia, traficantes e o submundo do crime em geral, têm que ser bem movimentados para me manterem interessado. Apedrejem-me, mas acho a trilogia do Poderoso Chefão sonolenta de tão longa e parada. Esse daqui consegue ter um ritmo parecido, mas é bem menos longo, e também não é nenhuma obra prima. Esse é um filme australiano sobre uma família criminosa do subúrbio de Melbourne. Após sua mãe morrer de overdose de heroína, jovem rapaz acaba sendo imerso no mundo subversivo da sua família materna, repleta de criminosos sociopatas, e liderada por uma matriarca aparentemente carinhosa, mas tão fria e cruel quanto os demais, e que na verdade também não consegue manter controle em nada, e que são seguidos de perto pelo policial interpretado pelo Guy Pearce.

Um dos fortes filmes da temporada para as categorias de atriz coadjuvante, para a veterana Jacki Weaver, e roteiro. Na verdade eu não entendi bem nenhuma das duas indicações até o filme chegar ao seu terço final, quando as coisas de fato começam a acontecer num ritmo mais acelerado, apesar de não chegar a ser eletrizante em momento algum. Antes disso ele é lento e monótono, e os diálogos não são exatamente primorosos ou tarantinescos que possam nos deixar pregados na história o tempo inteiro. Mas é um bom filme, sem ser brilhante ou genial. Só não faz o meu estilo.



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